A Caixa Geral de Depósitos já tem as autorizações para vender o seu banco na África do Sul. Para já, a estimativa é a de que a operação tenha um impacto positivo de 60 milhões de euros no banco estatal. Mas o valor final só ficará estabelecido no próximo mês.
“A Caixa Geral de Depósitos, S.A. (CGD) informa que as autoridades da África do Sul declararam, nesta data, a sua aprovação ao processo de alienação ao Capitec Bank Limited de ações representativas de 100% do capital social da Mercantile Bank Holdings Limited (Mercantile)”, informou o banco em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Já não havendo mais autorizações por chegar, falta só o acordo final: “De acordo com o contratado, o processo de alienação deverá estar concluído durante o mês de novembro de 2019”.
“A participação na Mercantile será alienada por um preço global de 3.200 milhões de rands sul-africanos, cerca de 192 milhões de euros (considerando uma taxa de câmbio EUR/ZAR de 16,7)”, continua o documento. O câmbio é agora menos favorável do que aquando do anúncio da operação, no final do ano passado, quando aquele preço correspondia a mais de 200 milhões de euros.
O Mercantile está avaliado no balanço da instituição financeira em 129 milhões de euros, não havendo nenhuma imparidade associada. Assim, a mais-valia da venda ao sul-africano Capitec será em torno de 60 milhões (o “impacto patrimonial positivo estimado” de que fala o comunicado), e não de 70 milhões como era antecipado ao câmbio de novembro.
De qualquer forma, as contas ainda não são as finais: “o valor de venda está sujeito a ajustamentos decorrentes da variação patrimonial (Net Asset Value) da Mercantile entre a data de referência estabelecida no acordo de venda direta (30 de Abril de 2018) e o último dia do segundo mês anterior à respetiva data da sua efetiva alienação, bem como a ajustamentos decorrentes da variação cambial, pelo que o impacto patrimonial final para a CGD só será conhecido após a conclusão do processo de alienação”.
Além de África do Sul, a CGD também já concluiu a venda em Espanha (que gerou uma mais-valia de 135 milhões e melhorou mesmo as contas do primeiro semestre), iniciou a redução do peso em Cabo Verde - que mereceu críticas de Marcelo Rebelo de Sousa e já aguarda propostas vinculativas dos interessados pelo banco no Brasil.