A Organização das Nações Unidas (ONU) quer fazer do combate às alterações climáticas uma missão não apenas dos governos mas também da iniciativa privada, em particular dos maiores grupos económicos que operam nos quatro cantos do mundo. E este domingo a ONU anunciou que o programa United Nations Global Impact conta já com 87 multinacionais, que se comprometem a tomar medidas alinhadas com a necessidade de chegar a 2050 com neutralidade carbónica.

As 87 empresas que aderiram a esse compromisso têm uma capitalização bolsista conjunto de 2,3 biliões de dólares (2,09 biliões de euros ao câmbio atual), somam 4,2 milhões de trabalhadores e operam em 28 diferentes setores de atividade.

Segundo a ONU, a mais recente vaga de adesões ao Global Impact inclui multinacionais como a Danone, Burberry, Deutsche Telekom, Ikea, L'Oreal, Nestlé, Nokia e EDP (o único grupo português identificado na lista divulgada pelo programa das Nações Unidas).

As multinacionais comprometeram-se a adotar medidas para limitar o aquecimento do planeta a no máximo 1,5 graus, bem como atingir, o mais tardar até ao ano 2050, a neutralidade carbónica (um compromisso que o Governo português também já assumiu).

Este anúncio surge na véspera do arranque da semana do clima em Nova Iorque, com um conjunto de iniciativas promovidas pela ONU para alertar o mundo para a emergência climática. Nos últimos dias manifestações de jovens em vários pontos do planeta, incluindo em Portugal, têm procurado contribuir para esse alerta.

Além de se comprometerem com a neutralidade carbónica dos seus próprios negócios, as 87 multinacionais também prometem estender esse objetivo às respetivas cadeias de fornecedores.