Economia

Número dois da CMVM demite-se. Sai por "razões de cunho sobretudo pessoal"

Filomena Oliveira, no cargo desde 2016, anunciou a saída do cargo de vice-presidente do regulador do mercado de capitais

TIAGO PETINGA/LUSA

Houve uma demissão na administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A vice-presidente, Filomena Oliveira, anunciou aos trabalhadores a saída de funções, segundo informação apurada pelo Expresso.

“Razões de cunho sobretudo pessoal” são aquelas que apontou, na missiva aos trabalhadores, para a sua saída.

Contactada, a vice-presidente de saída de funções optou por não prestar declarações. A CMVM, que não respondeu de imediato ao Expresso, confirmou depois da publicação da notícia o pedido de demissão apresentado a Mário Centeno.

O regulador do mercado de capitais é presidido por Gabriela Figueiredo Dias (na foto), sendo que há três vogais: João Gião, José Miguel Almeida e Rui Pinto. José Miguel Almeida acabou de integrar a equipa, no início deste ano, depois de o antecessor, Afonso Silva, ter saído de funções em 2018, um ano depois da nomeação, também por motivos de cariz pessoal.

Assim, a saída de Filomena Oliveira de número dois da hierarquia, antes do final do mandato, é a segunda que ocorre na equipa de Gabriela Figueiredo Dias.

Em novembro de 2016, Filomena Oliveira subiu à vice-presidência da CMVM, quando Gabriela Figueiredo Dias substituiu Carlos Tavares (agora presidente do Banco Montepio) à frente da autoridade.

No seu curriculum, o grupo Caixa Geral de Depósitos ocupa um grande protagonismo. Ingressou nos quadros do banco público em 1998, e aí esteve até 2016. Foi presidente das empresas do grupo da área de gestão de ativos, tendo sido também administradora não executiva do Banco Caixa Geral Espanha.

A demissão obriga a que o Ministério das Finanças, nos últimos meses de mandato do Governo, enfrente uma nomeação para o supervisor. "O processo de substituição correrá os seus trâmites normais e a CMVM agradece o empenhado contributo da Dra. Filomena Oliveira durante os 2 anos e meio de exercício de funções, desejando-lhe as maiores felicidades para os desafios que se seguirem”, indica a resposta do regulador do mercado de capitais.

A saída dá-se quando a reforma da supervisão financeira está também à espera de novidades. O diploma preparado pelo Governo – que mereceu críticas em força de todos os supervisores, incluindo a CMVM – vai ser debatido em plenário no próximo 7 de junho.

(Notícia atualizada com mais informações às 19.45)