Houve uma demissão na administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A vice-presidente, Filomena Oliveira, anunciou aos trabalhadores a saída de funções, segundo informação apurada pelo Expresso.
“Razões de cunho sobretudo pessoal” são aquelas que apontou, na missiva aos trabalhadores, para a sua saída.
Contactada, a vice-presidente de saída de funções optou por não prestar declarações. A CMVM, que não respondeu de imediato ao Expresso, confirmou depois da publicação da notícia o pedido de demissão apresentado a Mário Centeno.
O regulador do mercado de capitais é presidido por Gabriela Figueiredo Dias (na foto), sendo que há três vogais: João Gião, José Miguel Almeida e Rui Pinto. José Miguel Almeida acabou de integrar a equipa, no início deste ano, depois de o antecessor, Afonso Silva, ter saído de funções em 2018, um ano depois da nomeação, também por motivos de cariz pessoal.
Assim, a saída de Filomena Oliveira de número dois da hierarquia, antes do final do mandato, é a segunda que ocorre na equipa de Gabriela Figueiredo Dias.
Em novembro de 2016, Filomena Oliveira subiu à vice-presidência da CMVM, quando Gabriela Figueiredo Dias substituiu Carlos Tavares (agora presidente do Banco Montepio) à frente da autoridade.
No seu curriculum, o grupo Caixa Geral de Depósitos ocupa um grande protagonismo. Ingressou nos quadros do banco público em 1998, e aí esteve até 2016. Foi presidente das empresas do grupo da área de gestão de ativos, tendo sido também administradora não executiva do Banco Caixa Geral Espanha.
A demissão obriga a que o Ministério das Finanças, nos últimos meses de mandato do Governo, enfrente uma nomeação para o supervisor. "O processo de substituição correrá os seus trâmites normais e a CMVM agradece o empenhado contributo da Dra. Filomena Oliveira durante os 2 anos e meio de exercício de funções, desejando-lhe as maiores felicidades para os desafios que se seguirem”, indica a resposta do regulador do mercado de capitais.
A saída dá-se quando a reforma da supervisão financeira está também à espera de novidades. O diploma preparado pelo Governo – que mereceu críticas em força de todos os supervisores, incluindo a CMVM – vai ser debatido em plenário no próximo 7 de junho.
(Notícia atualizada com mais informações às 19.45)