"Eu não pedi nenhuma condecoração. Eu não tenho só essas, eu tenho nove (...). Não pedi nada disso, nem tive influência [no processo]. Eles deram-me por serviços à comunidade. Se eles quiserem levar... olhe, é um descanso". É a reação do empresário madeirense Joe Berardo, em declarações ao SOL, à decisão do Conselho das Ordens Nacionais, presidido por Manuela Ferreira Leite, de avançar com um processo disciplinar contra o empresário, por violação dos deveres de defender e prestigiar Portugal. Está aberta a porta à retirada da condecoração que lhe foi atribuída em 2004, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Joe Berardo está na lista dos grandes devedores da Caixa Geral de Depósitos e esta não é a única polémica em que está envolvido. Na edição de hoje, o jornal SOL noticia que o empresário terá mudado os escritórios da Metalgest, a empresa instalada na Zona Franca da Madeira, da Rua Rosa Araújo, em Lisboa, onde funcionavam até há poucos meses, para as instalações do Museu Berardo, no Centro Cultural de Belém.
A Metalgest é a empresa de Berardo que tem estado diretamente ligada aos negócios ruinosos da banca. Ao SOL, o empresário recusou comentar a mudança de instalações alegando que não comenta "coisas que são impossíveis"." A Fundação do Museu Berardo não tem nada a ver com a Metalgest", diz.