O BPI passou a cobrar comissões nas transferências feitas pela aplicação MB Way, mas vai isentar os clientes que façam essas mesmas transferências através da sua aplicação. Com esta mudança, espera reforçar o seu canal de distribuição. Já do lado das comissões, pouco antecipa receber.
“Praticamente nada. Como os clientes podem fazer transferências com a nossa aplicação de maneira gratuita, só pode ser por erro [que usem diretamente a aplicação MB Way], logo não temos previsto nada”, responde Pablo Forero, o presidente executivo do BPI, o primeiro banco que decidiu começar a cobrar as transferências por esta ferramenta criada pela SIBS.
Segundo o preçário de maio, o banco detido pelos espanhóis do CaixaBank cobra uma comissão de 1,248 euros por cada transferência feita na aplicação do MB Way. Já as transferências MB Way feitas pelos seus clientes, independentemente do destinatário, mas através da sua própria aplicação, vão estar isentas.
A decisão, simplifica Forero, é que fora da aplicação do BPI, passa a haver uma cobrança: “O que está por detrás é o reforço da nossa aplicação”.
Ou seja, haverá um aumento da utilização do canal digital do banco, sem que, antecipa a instituição financeira, haja mais proveitos diretos com as comissões cobradas nas operações feitas diretamente na aplicação MB Way.
O MB Way é detido pela SIBS que, por sua vez, é uma entidade propriedade dos bancos nacionais. Por esse motivo, o BPI recusa que haja aqui qualquer concorrência desleal em relação à SIBS. “Os bancos, ao estimularem os pagamentos MB Way [a partir da aplicação de cada um deles], estão a gerar tráfego à própria plataforma”, defende o administrador executivo José Pena do Amaral.
De qualquer forma, tanto Forero como Pena do Amaral assumem que o próprio banco geriu mal a questão: "Tivemos um problema de comunicação".