Não deve ser fácil preparar-se para uma entrevista de trabalho com o CEO da Ageas Portugal. É o próprio Steven Braekeveldt que avisa que essa experiência acaba por enrijecer as pessoas que entrevistou e contratou. Quem demonstrar ter raciocínio lento, está imediatamente riscado da lista:
- “O que eu procuro saber é se a pessoa tem ‘fome’. Prefiro contratar alguém que sabe muito bem ‘roubar maçãs se tiver fome’ do que alguém muito inteligente”.
- “As pessoas vir com a entrevista preparada, mas, comigo, passado cinco minutos, já não podem ser mais nada do que espontâneas porque eu pergunto sobre tudo: sobre os sapatos, as calças, os livros, etc. E é tudo muito rápido de modo a conseguir ver a matéria prima que tenho à minha frente e aí perceber se a pessoa tem ‘fome’.
- “Ter uma curiosidade natural é muito importante para mim, seja em heavy-metal, ballet, Chopin, literatura. arqueologia, antropologia, história, o que for… Se não tiver um interesse natural por tudo, então não terá interesse no seu trabalho. Pessoas que querem ir além dos limites, descobrir o que é ou não possível, é isso que eu procuro”.
- “Sei que as pessoas vêm ter comigo porque têm um curso, mas, honestamente, eu não pergunto nada sobre isso. Os cursos atestam competências de dedução analítica e padrões de pensamento lógico, mas nada dizem sobre se ‘roubaria maçãs se tivesse fome’. Estas é que são as pessoas que eu quero”.
Steven Braekeveldt lidera a Ageas Portugal, o grupo constituído pela Ageas Seguros, a Médis, a Ocidental e a Seguro Directo. Depois de Isabel Vaz, é o segundo de dez gestores de empresas que aceitaram o repto do jornal Expresso e da consultora EY para fazerem “RESET” e refletirem sobre o desafio que é gerir uma empresa ou ter de começar de novo. Acompanhe no site do Expresso as suas histórias, dicas e conselhos