Aeroportos, portos, hospitais, serviços de segurança são as entidades que terão garantido a 100% o abastecimento de combustíveis enquanto decorre a greve dos motoristas de matérias perigosas. Este é o resultado da reunião realizada na noite desta terça-feira entre o Governo, a ANTRAM e o sindicato que representa os trabalhadores que iniciaram uma paralisação laboral às 00h00 desta segunda-feira.
À saída da reunião, Gustavo Paulo Duarte, da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, explicou não haver acordo, mas adiantou que o encontro não se destinava a colocar um ponto final no conflito. O objetivo, que foi cumprido, era o de definir os serviços mínimos "para que a população não sofra o que sofreu nos últimos dias", disse aqueles responsável da ANTRAM. Gustavo Paulo Duarte adiantou que não negoceia sob pressão quanto à greve.
Além de hospitais, portos e aeroportos, Gustavo Paulo Duarte especificou ter ficado assegurado o abastecimento dos postos civis com 30% do volume dos recursos disponíveis para assegurar os serviços mínimos. Pedro Pardal Henriques, vice-presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas afirmou, no final do encontro em que também participaram Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, e o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, que a fixação de serviços mínimos na sequência da requisição civil decidida pelo Governo não resolverá os problemas, já que o abastecimento a efetuar durante a greve se concentra nas regiões de Lisboa e Porto, antecipando-se dificuldades no restante território.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00h00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica. Os ministros da Administração Interna e do Ambiente e da Transição Energética declararam, entretanto, nesta terça-feira, a "situação de alerta", implementando medidas excecionais para garantir os abastecimentos.
Esta situação de alerta para o período compreendido entre hoje e até às 23h59 do dia 21 de abril, segundo uma nota do Governo enviada à Lusa, determina a "elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte das forças e serviços de segurança e de todos os agentes de proteção civil, com reforço de meios para operações de patrulhamento e escolta que permitam garantir a concretização das operações de abastecimento de combustíveis, bem como a respetiva segurança de pessoas e bens".
A nota refere que o Governo também determina a "declaração de reconhecimento de crise energética, que acautele de imediato níveis mínimos nos postos de abastecimento, de forma a garantir o abastecimento de serviços essenciais, designadamente para forças e serviços de segurança, assim como emergência médica, proteção e socorro".