Em 2020 serão produzidos tantos dados como nos últimos 30 anos, pelo que o grande desafio das organizações será transformá-los em informação útil para os seus negócios. Esta foi uma das grandes conclusões retiradas do debate que marcou mais uma edição das Power Talk Ativar o Futuro, que decorreu esta manhã na sede do Expresso.
À mesa da discussão sobre Inteligência de Dados & Conhecimento estiveram Carlos Costa Pina, Administrador da Galp, José Gonçalo Regalado, diretor de marketing operacional de empresas do Millennium BCP, Pedro Penalva, CEO da AON, e Tiago Galvão, CEO da Alliance Healthcare. A moderar a conversa esteve Bernardo Ferrão, subdiretor de Informação da SIC.
Para introduzir o tema, Sandra Miranda Ferreira, Customer Success Lead da Microsoft Portugal, apresentou alguns dados que determinam os desafios que as organizações enfrentam, não apenas num futuro próximo, mas desde já. "Assistimos a um ritmo de transformação sem precedentes", disse, antes de apresentar números que sustentam estas alterações. Segundo a consultora IDC em 2020 os "ganhos obtidos pelas organizações que consigam transformar dados em conhecimento ascenderão a 430 mil milhões de dólares". Valores que impressionam mas que apenas serão possíveis com o contributo de tecnologias como a inteligência artificial (IA). Diz a mesma consultora que 85% das organizações utilizará a IA em 2020.
Nas grandes empresas nacionais há, no entanto, uma longa caminhada a percorrer até que consigam retirar o máximo partido da análise de dados. "Estamos todos no princípio do caminho", acredita Carlos Costa Pina. O grande desafio atual é, para o gestor, "reinventar os processos de negócio, avaliar e preparar a transformação digital".
Opinião partilhada por José Gonçalo Regalado, que reforça: "Os dados são o ouro dos tempos modernos". Para o diretor de marketing, a digitalização veio acelerar a necessidade de extrair cada vez mais informação a partir dos dados produzidos pelas empresas.
"A capacidade de resposta integrada à gestão dos dados é um desafio e uma oportunidade", junta Pedro Penalva. Um desafio de transformação, por um lado, e uma vantagem competitiva para as organizações que demonstrarem maior resiliência na sua concretização.
Já no setor da saúde, Tiago Galvão acredita que poderão poupar-se milhões de euros com uma eficiente análise e utilização dos dados gerados, por exemplo, pela rede nacional de farmácias. Tratamentos personalizados e uma melhor gestão de stocks de medicamentos são alguns dos exemplos que apresenta. No limite, acrescenta, a análise preditiva dos dados permitirá evitar crises e epidemias geradas, por exemplo, a partir de fenómenos climáticos, dando origem a planos de contingência.