No mínimo, patéticas, as últimas sanções da União Europeia contra o regime sírio. Bashar Assad, colaboradores e familiares estão privados de caviar, vinho, jóias e outros artigos de luxo procedentes de países membros União Europeia. A exportação foi proibida e a medida está em vigor desde domingo, mas o veto só vai começar a sentir-se quando se esgoitarem os stocks desses produtos na Síria.

Clique para aceder ao índice do Dossiê Revoltas no Magrebe e no Médio Oriente

A proibição da exportação para a Síria pelos estados-membros da União Europeia de caviar, vinho, bebidas espirituosas, cigarros e outros produtos de luxo - como carros topo de gama, aviões, barcos, jóias, casacos em pele e sapatos - foi aprovada pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE numa reunião em abril último, mas só foi formalizada na passada sexta-feira. 

Bens cuidadosamente selecionados

"Com a situação atual, a União Europeia deve manter a pressão sobre o regime sírio. As sanções europeias centram-se nos responsáveis pela atroz repressão e violência contra a população civil", afirma através de comunicado a chefe da diplomacia europeia,  Catherine Ashton.

A alta responsável da União Europeia assegura que a lista de bens embargados foi estabelecida "com cuidado" para evitar que a decisão tenha consequências para a população síria, que é apoiada "firmemente" pela União Europeia "neste momento de sofrimento".

Entre os artigos que os estados-membros já não podem exportar para a Síria constam caviar, trufas ou cigarros que excedam os 10 euros por peça; vinhos e bebidas espirituosas que custem mais de 50 euros por litro; casacos e outras peças em pele superiores a 200 euros e sapatos que ultrapassem os 600 euros cada par. Está também proibida a exportação de relógios cujo preço seja superior a 500 euros. Assim como pérolas e gemas.

Também já não podem ser exportados para a Síria carros topo de gama e outros veículos novos, aviões e embarcações que custem mais de 25.000 euros.

A lista completa dos bens proibidos será publicada nos próximos dias no diário oficial da União Europeia.

O organismo já havia aplicado sanções a outros produtos, materiais e tecnologia que possam ser aplicados para fabricar outros bens utilizados na repressão contra a liberdade e democracia no país.