A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou hoje que os dias do regime de Bashar Al-Assad "estão contados" e pediu o fim da violência para evitar que os confrontos degenerem num ataque "catastrófico" para o Estado.
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Em declarações à margem da Conferência de Tóquio sobre o Afeganistão, Hillary Clinton apelou ao fim da violência "o quanto antes", afirmando que a oposição síria é cada vez mais eficiente na hora de defender-se e também na sua ofensiva contra o Governo de Al-Assad, contra o Exército e as milícias pró-regime.
"Quanto mais cedo termine a violência e comece o processo de transição não só morrerá menos gente, mas será possível salvar o Estado sírio de um ataque catastrófico muito perigoso não só para a Síria, mas para toda a região", referiu a responsável norte-americana.
Hillary Clinton acrescentou que a advertência do enviado especial da ONU para a Síria, Kofi Annan, de que os esforços de paz estão a fracassar, "deve ser uma chamada de atenção para todos".
Junho, o mês mais sangrento
A secretária de Estado recordou que o mês de junho foi o pior mês na Síria em número de mortos e feridos no conflito, que também provocou 1,5 milhões de deslocados no país e dezenas de milhares de refugiados que cruzaram as fronteiras.
"Queremos deixar claro ao regime sírio que precisa de pôr fim à violência e começar uma séria tarefa de transição política", insistiu Hillary Clinton, que está em Tóquio esta semana e que participou em Paris na conferência ministerial dos chamados 'Amigos da Síria'.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que também está em Tóquio, alertou que a situação na Síria "deteriorou-se significativamente e militarizou-se ainda mais".