ARQUIVO Revoltas no Magrebe e no Médio Oriente

Rebeldes sírios apelam à ajuda internacional

As comunicações foram cortadas em Alepo, segunda principal cidade da Síria, sob controlo dos rebeldes que pedem "uma zona de exclusão aérea".

Rebeldes sírios apelaram hoje para a ajuda da comunidade internacional, face ao avanço de tropas governamentais na direção de bairros controlados pela rebelião em Alepo, a segunda principal cidade da Síria, noticia a AFP.

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"Porque é que o governo do vosso país não faz nada para nos ajudar?", perguntou um combatente do batalhão designado "Os Mártires de Atareb" a um fotógrafo da agência noticiosa francesa, no bairro de Sukkari, no Norte de Alepo.

"Na Líbia, ajudaram a derrubar [Muammar] Kadhafi, mas na Síria deixam-nos morrer", afirmou o combatente, cujo grupo deve o nome à cidade de Atareb, na província de Alepo, que tem sido palco de numerosos confrontos nos últimos 17 meses.

Alepo sem comunicações

Todas as comunicações com Alepo foram cortadas, um sinal de que se está a preparar uma grande ofensiva das tropas governamentais contra a cidade, que está a ser um ponto fulcral da batalha entre os rebeldes e as tropas de Damasco. 

O combatente apelou a "uma zona de exclusão aérea" para proteger os rebeldes dos ataques aéreos realizados pelos helicópteros e aviões de combate do regime. 

O Conselho Nacional Sírio, principal coligação da oposição, também apelou à instauração de uma zona de exclusão aérea junto das fronteiras com a Turquia e a Jordânia, à semelhança do ocorrido na Líbia. 

O exército do regime de Damasco entrou hoje, apoiado em carros de combate, no bairro de Seif al-Dawla, em Alepo, que estava controlado pelos rebeldes, segundo informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). 

A suspensão da Síria da Organização da Conferência Islâmica (OCI), que junta 57 Estados, foi hoje defendida pelos ministros dos Negócios Estrangeiros durante a preparação da cimeira de quinta-feira em Meca, afirmou o seu secretário-geral, noticia a AFP.

Interrogado pelos jornalistas se os ministros tinham decidido uma proposta de suspensão da Síria, Ekmeleddin Ihsanoglu respondeu: "Sim". Os ministros estiveram reunidos na cidade saudita de Jedá, nas costas do Mar Vermelho, para prepararem a cimeira da OCI de quinta-feira.

A questão tem sido motivo de confronto entre os rivais regionais Irão e Arábia Saudita, com aquele a apoiar o seu aliado presidente sírio, Bashar al-Assad, e esta a oposição.