Um dissidente chinês afirmou que o prémio Nobel da Paz 2010
Liu Xiaobo, detido numa prisão na China, pediu a um ator norte-americano que leia em Oslo um comunicado intitulado: "Não tenho inimigos". Nem Liu Xiaobo, nem a mulher vão poder participar na cerimónia de entrega do Prémio Nobel, na sexta-feira em Oslo, Noruega, afirmou na quarta-feira o dissidente chinês Xu Wenli à agência central de notícias de Taiwan. No comunicado que será lido em Oslo, o Nobel chinês declara ter cumprido a sua responsabilidade social em defesa do direito de liberdade de expressão, assegurou Xu, que não explicou como recebeu notícias de Liu. "Tudo o que fiz foi inocente. Não me queixo, embora tenha sido acusado (pelo Estado)", afirma Liu no comunicado, de acordo com uma citação de Xu. A liberdade de expressão é a base dos direitos humanos e a mãe da verdade, e a sua supressão equivale a pisar os direitos humanos, asfixiar a natureza humana e oprimir a verdade, sublinha o Prémio Nobel da Paz. O ódio prejudica a sabedoria e a consciência, enquanto a hostilidade envenena o espírito, acrescenta Liu no comunicado, de acordo com as palavras de Xu. "Quando se fomenta uma luta cruel de vida ou morte, o espírito de tolerância e a natureza humana de uma sociedade são destruídas e o progresso em direção à liberdade e democracia fica obstruído", adianta.
Ator vai ler comunicado de Liu Xiaobo
Liu Xiaobo vai enviar um
comunicado para ser lido na cerimónia de entrega do
Prémio Nobel da Paz.