Recomeça amanhã o julgamento do processo Face Oculta, com três sessões semanais, em vez de quatro, como aconteceu até agora devido ao estado de saúde da juíza Liliana Carvalho. Nesta audiência, o tribunal continuará a ouvir Rui Carvalho, o inspetor da Polícia Judiciária que foi responsável pela investigação do caso e que começou a ser interrogado pelo procurador do Ministério Público Marques Vidal no dia 25 de novembro.
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O caso Face Oculta está relacionado com uma alegada rede de corrupção que tinha como objetivo o favorecimento de um grupo empresarial de Ovar ligado ao ramo das sucatas nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e privadas.
O julgamento esteve suspenso três semanas devido à doença da juíza Liliana Carvalho e foi retomado a 21 de dezembro para não deixar passar mais de 30 dias sem produção de prova. No entanto, imediatamente a seguir, começaram as férias judiciais da quadra do Natal, que se prolongaram até 3 de janeiro, e só no dia 19 é que o julgamento regressou ao juízo criminal de Aveiro para a 13.ª sessão.
Quatro arguidos foram já ouvidos
No banco dos réus estão sentados 36 arguidos (34 pessoas e duas empresas) que respondem por centenas de crimes de burla, branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influências.
Desde o passado dia 08 de novembro, quando começou o julgamento, o tribunal já ouviu quatro arguidos, designadamente o antigo ministro e ex-vice presidente do BCP, Armando Vara, o ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) José Penedos, o ex-quadro da Galp António Paulo Costa e o administrador da IDD - Indústria de Desmilitarização e Defesa José António Contradanças.
Dos seis arguidos que manifestaram intenção de prestar declarações nesta fase do processo, falta ainda ouvir o gestor Lopes Barreira, que está a aguardar autorização do hospital de Aveiro para fazer, nesta unidade, o tratamento de hemodiálise a que é sujeito três vezes por semana.
Está ainda por concluir o depoimento do arguido Paulo Penedos, que foi interrompido no dia 18 de novembro.
Segundo o o juiz-presidente da Comarca do Baixo Vouga, Paulo Brandão, a juíza Liliana Carvalho, que se encontra a recuperar da intervenção cirúrgica a que foi submetida, ainda não está totalmente restabelecida e tem de ir duas vezes por semana ao hospital de Vila Real para tratamento médico".
Logo que seja possível, adiantou o magistrado, serão retomadas as quatro sessões semanais, que estavam programadas anteriormente, e, eventualmente, o coletivo de juízes pode aumentar para cinco, para recuperar o tempo perdido.