ARQUIVO A menina repatriada

Rússia: mãe de Alexandra acusa autoridades russas de falta de apoio

A mãe de Alexandra, menina que foi retirada à família de acolhimento portuguesa pelo Tribunal de Guimarães em 2009, queixa-se da falta de apoio à família. Clique para visitar o dossiê A Menina Repatriada.
Natália Savach Zarubina, mãe de Alexandra, menina que foi retirada à família de acolhimento portuguesa pelo Tribunal de Guimarães em 2009, acusou as autoridades russas de não prestarem qualquer tipo de ajuda à sua família. Clique para aceder ao índice do DOSSIÊ A MENINA REPATRIADA "As autoridades locais devem ser as primeiras a ajudar, porque o Presidente não pode ajudar toda a gente. Ninguém me ajuda, apenas me atiram lama", queixou-se no programa "Última Palavra", transmitido no sábado à noite no canal televisivo russo NTV. No programa, que tinha como tema "Não tem vergonha de ser pobre?", Natália Savach Zarubina declarou: "Não vivemos na miséria completa, mas vivemos numa vila onde não há emprego, só há alguns cafés para motoristas de longo curso e mais nada." "Agora não trabalho, frequento um curso. Não consigo emprego ora porque não tenho instrução, ora porque não tenho profissão, ora porque já não tenho idade", lamentou. A avó de Alexandra, Olga Zarubina, revelou que toda a família de seis pessoas vive com as reformas que ela e o marido recebem. "Eles quatro [Natália, marido e duas filhas] e eu e o meu marido vivemos das nossas reformas. Eu recebo por mês sete mil rublos (cerca de 170 euros) e o avô sete mil e quinhentos (cerca de 195 euros)", acrescentou.

Família de Barcelos não ajuda

Natália Savach Zarubina disse também que não recebeu, nem recebe qualquer apoio de João e Florinda Pinheiro, família de Barcelos que acolheu a menina abandonada pela mãe. "Eles nunca me enviaram dinheiro. Apenas uma vez, há dois anos, no Ano Novo, para comprar prendas para a menina", frisou. Ao ser aconselhada a procurar emprego noutras regiões da Rússia, retorquiu: "Não vou deixar a família, as filhas e os meus pais idosos e ir trabalhar para outro lado. E onde vou viver?" "Se me ceder o seu apartamento em Moscovo, eu posso vir trabalhar para aqui!", rematou, dirigindo-se ao moderador do programa. Natália Savach Zarubina, cidadã russa que se encontrava ilegalmente em Portugal, entregou a sua filha de 17 meses à família Pinheiro, que a educou durante vários anos. Quando as autoridades portuguesas decidiram deportá-la, ela exigiu a devolução de Alexandra. O Tribunal de Guimarães, em maio de 2009, ordenou a entrega da criança à mãe, que a levou para a Rússia.