ARQUIVO Novo Aeroporto

Autarcas e empresários de Setúbal querem intervir

As associações de municípios e de empresários de Setúbal e a Região de Turismo Costa Azul pretendem participar no processo de construção de novas infra-estruturas" necessárias para o novo aeroporto.

As associações de municípios e de empresários de Setúbal e a Região de Turismo Costa Azul reafirmaram hoje o desejo de serem "chamados a intervir no processo de construção de novas infra-estruturas" necessárias para o novo aeroporto.

A posição de autarcas e empresários da região de Setúbal foi defendida pelo presidentes da associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), Alfredo Monteiro, em conferência de imprensa para a anunciar os resultados de um encontro da Comissão Executiva do PEDEPES (Plano Estratégico e de Desenvolvimento para a Península de Setúbal) com o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino.

Segundo Alfredo Monteiro, "os representantes da região manifestaram o seu acordo quanto à localização do novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, em consonância com a posição defendida de uma solução que melhor sirva o interesse nacional e à nova travessia do Tejo entre Barreiro e Chelas, proposta do âmbito do PEDEPES".

Alfredo Monteiro revelou que os autarcas e empresários da região manifestaram também o desejo de "serem chamados a intervir no processo de construção das referidas infra-estruturas" e reafirmaram a "necessidade de garantir um modelo de planeamento e ordenamento do território e desenvolvimento sustentável".

O presidente da AMRS salientou ainda que "é necessário assegurar uma visão integrada do conjunto das acções que irão ser implementadas com vista a concretizar uma estratégia que vise transformar a Área Metropolitana de Lisboa (AML) numa cidade/região polinucleada em que o Tejo seja o elemento unificador, requalificando a Península e o Distrito de Setúbal, promovendo a qualidade de vida das populações".

Na conferência de imprensa, participaram também as presidentes de câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, e de Palmela, Ana Teresa Vicente, o presidente da Região de turismo Costa Azul, Eufrázio Filipe, o presidente da Junta Metropolitana de Lisboa e da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, e o presidente da Associação Empresarial da Região de Setúbal (AERSET), António Capoulas.

O responsável da associação empresarial frisou a necessidade de se fazer um trabalho de "concertação" para adequar as novas infra-estruturas ao modelo de internacionalização da nova frente atlântica, que inclui o novo aeroporto internacional, a plataforma logística do Poceirão e os portos de Setúbal e Sines.

António Capoulas salientou, no entanto, que a região já fez grande parte desse trabalho de concertação entre os agentes locais e que as principais linhas de orientação estratégica estão "perfeitamente actuais", face aos novos investimentos previstos para a região (nova ponte Barreiro/Chelas e novo aeroporto em Alcochete).

O presidente da Junta Metropolitana de Lisboa, e da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, centrou o discurso na nova ponte Barreiro-Chelas, defendendo que se trata da melhor solução para a região e para o país, porque dá resposta a um conjunto de requisitos onde se inclui a alta velocidade, ligação ferroviária Norte/Sul em comboio tradicional, transporte de mercadorias e fecho do anel circular em carril (juntamente com a ponte 25 de Abril).

Confrontado com a alternativa proposta pelo estudo da CIP (Confederação Industrial Portuguesa) para a construção da terceira ponte Beato/Montijo, Carlos Humberto, disse que se trata de uma opção que, ao contrário da ponte Barreiro/Chelas, não responde a todos os requisitos que enunciou.

"A ponte Beato/Montijo pressupõe, também, a construção de uma grande viaduto Barreiro/Montijo, passando pela Moita. Este viaduto teria de passar numa grande extensão das margens no arco ribeirinho, de grande sensibilidade ambiental, e que nós (autarquias) queremos requalificar", acrescentou o autarca, convicto de que a discussão sobre a terceira ponte sobre o Tejo nem sequer faz muito sentido.

"Penso de dentro de muito pouco tempo, em vez de andarmos a discutir a localização da terceira ponte, estaremos a falar é da necessidade de uma quarta e da quinta travessia do Tejo", concluiu o presidente da junta Metropolitana de Lisboa.