Um estudo feito sobre o fóssil de um peixe com 365 milhões de anos encontrado na Austrália, mostra que o sexo penetrante começou mais cedo do que se pensava.
O peixe, já extinto há milhões de anos, é um exemplar da espécie Incisoscutum ritchiei, pertencente ao grupo dos placodermes (peixes com o corpo coberto por placas ósseas) e, segundo um artigo publicado na revista científica britânica "Nature", "praticava o sexo penetrante para se reproduzir de uma forma semelhante aos modernos tubarões".
Zerina Johanson, curadora do Museu de História Natural de Londres e uma das investigadoras da equipa que fez esta descoberta, afirmou à BBC que o peixe agora estudado "é uma das mais antigas evidências de reprodução interna" entre os vertebrados, através da fertilização de ovos com esperma.
O Incisoscutum continha um embrião com cinco centímetros de comprimento e mostra que a fertilização avançada e o desenvolvimento de embriões dentro da fêmea era mais comum nos primeiros peixes do que os cientistas pensavam até agora.
Antes do sexo penetrante ou cópula, a fertilização dos ovos dos peixes pelo esperma era feita fora do corpo da fêmea.
As evidências de biologia reprodutiva são extremamente raras nos fósseis de animais encontrados até agora, mas já em Maio de 2008 uma equipa de cientistas do Museu Victoria, da Austrália, tinha revelado que um fóssil de um peixe da mesma época, descoberto na região oeste do país, tinha um embrião ainda preso ao seu corpo pelo cordão umbilical.
John Long, líder dessa equipa, afirmou na altura que o peixe, também do grupo dos placodermes, era "o primeiro fóssil do género encontrado em todo o mundo e abre uma nova frente de investigação da biologia do desenvolvimento entre uma classe completa de organismos já extintos".
Antes destas descobertas, a evidência mais antiga do sexo penetrante tinha sido encontrada em fósseis de répteis da Era Mesozóica, isto é, um período da história da Terra que começou há 248 milhões de anos e acabou há 65 milhões.