É agora que todos vão ver “Anora”, de Sean Baker? A Palma de Ouro de Cannes possivelmente não chegava para tornar obrigatório este pequeno filme independente que foi comprado pela Universal e acabou por se tornar o grande vencedor da mais longa noite de Hollywood: cinco Óscares que suplantam tudo e todos, sobretudo na categoria de melhor atriz. Mikey Madison, a novata, surpreendeu e roubou o Óscar a Demi Moore por “A Substância”, que deveria ser entregue a Fernanda Torres por “Ainda Estou Aqui”.
Aquele que é mesmo o melhor dos 10 filmes nomeados aos Óscares acabou por receber, assim, os óscares de melhor filme e melhor realização, os prémios mais importantes. Mas, mais importante do que isso, o de realização foi atribuído por Quentin Tarantino e o filme de Baker tem uma certa vertigem tarantinesca - há uma imagem desta cerimónia nos bastidores, quando Tarantino acompanha a saída de palco o vencedor, e percebemos com aqueles sorrisos uma cumplicidade.