Artigo publicado originalmente a 4 de novembro de 2024
Depois da morte do Papa, o cardeal britânico Lawrence (Ralph Fiennes), eleito Decano do Colégio dos Cardeais, é encarregado de organizar o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice: assim manda a regra após se ouvir o Sede vacante, anúncio de que o trono da Santa Sé está livre. Não é tarefa fácil para os intervenientes, nem filme fácil de fazer, dadas as restrições que o Vaticano impõe, embora já tenha havido quem se atrevesse a recriá-lo — e como esquecer esse “Habemus Papam” com que Nanni Moretti nos brindou em 2011, em tom de comédia? Em “Conclave”, Peter Straughan e Robert Harris, argumentistas experientes, esmiuçaram o mais que puderam para não deixar o nosso cardeal cair em inverosimilhanças. Ralph Fiennes chegou àquela idade em que papéis como o de Lawrence lhe abrem toda uma nova janela de oportunidades. Já Edward Berger, o alemão de 54 anos que se impôs na indústria com um fenómeno de popularidade da Netflix que o levou aos Óscares (“A Oeste Nada de Novo”, filme de guerra ambientado na I Guerra Mundial, adaptação do homónimo romance de Erich Maria Remarque) escolheu desta vez outro terreno e outra batalha, a que é travada, nos bastidores, pelo poder do mais alto cargo eclesiástico no Ocidente.
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Candidato aos óscares de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz Secundária e Melhor Argumento Adaptado, “O Conclave” retrata o momento em que, por morte do sumo pontífice, é preciso escolher um novo Papa. Ralph Fiennes é o cardeal que organiza a eleição e nós falámos com o realizador Edward Berger, que partilha as suas coordenadas