Entre paredes antigas e uma amálgama de pedaços de madeira, está José Quintão, ‘Zé Espiga’ para os amigos. Nascido em 1959, faz parte do universo cada vez mais restrito de tanoeiros de Portugal e tem na sua infância o fascínio pelo trabalho realizado pelo seu pai em tanoaria própria, de portas abertas desde 1956, em Bucelas, época em que havia muitas outras oficinas como esta espalhadas pela freguesia do concelho de Loures. Aos 23 anos, José Quintão oficializou a sua profissão de tanoeiro, sem ter exercido nenhuma outra e, com a mestria na ponta dos dedos, perpetua a herança do pai, na feitura de barris e tonéis de madeira. A estes junta a produção de peças de mobiliário. Basta que se leve o desenho e as medidas. Afinal, o feitio e a função é que importam. Tudo é feito à mão, com o auxílio de ferramentas produzidas por serralheiros antigos, amoladas pelo artesão numa velha mó proveniente de Silves, no Algarve, para que o trabalho seja realizado com a precisão devida. Vale a pena observar José Quintão a laborar desde as 8h00 às 18h00, na rua Marquês de Pombal, 34-A, em Bucelas. Complemente a viagem com a visita a produtores. São aproximadamente uma dezena e vale a pena conhecer a história de cada um. Inclua ainda o Museu do Vinho e da Vinha, situado a dois passos da tanoaria. Aqui, é contada a história de João Camilo Alves, o grande impulsionador da cultura da vinha e do vinho em Bucelas, região demarcada e única em Portugal, cuja denominação de origem é atribuída aos vinhos feitos a partir de uma casta branca, a Arinto.