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Entre o Mont’Alto e o Colcurinho, com passagem pela “Aldeia do Hobbit”

Na região centro de Portugal, o concelho de Arganil oferece múltiplas atividades de natureza, entre caminhadas por frondosas matas, passeios ribeirinhos e mergulhos em quedas de água fresca e pura.

Photographer:Renato Ferreira

Da cidade de Coimbra a Arganil, são pouco mais de 60 quilómetros, pouca distância para partir à descoberta de um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza, com direito a caminhadas, diversão e património histórico. Comece pelo centro da vila, sede de concelho e depois de aproveitar um passeio pelas Parque Verde, nas margens da Ribeira de Folques, suba os três quilómetros que separam a vila do Mont’Alto. Este santuário religioso mandado construir em 1521 proporciona vistas deslumbrantes sobre o rio Alva, a Serra do Açor e os montes e vales circundantes.

MontAlto

Faça os percursos pedestres que levam até à capela, a partir da fonte do Senhor da Ladeira, aproveite o baloiço e os binóculos para observar em detalhe a região. Siga depois na direção da vila de Folques. Refresque-se nas águas da piscina, construída na ribeira com o mesmo nome, e suba depois em direção ao Alqueve, para encontrar o baloiço da Carriça. Observe a verdejante paisagem quando seguir em direção a Côja, tire uma fotografia junto à Ponte Romana, e dê um passeio pelo centro histórico.

Baloiço da Carriça
Filipe Costa

Nesta localidade começa o PR5 AGN, um percurso pedestre com o nome de “Entre o Alva e a Ribeira da Mata”, circular, e com uma extensão de 11,5 quilómetros, que une Côja à localidade de Barril de Alva ao longo do vale do rio Alva. Corre por caminhos florestais, com uma paisagem rural diversa em termos florísticos, litológicos e algumas curiosidades de arquitetura histórica. É possível também percorrer a planície aluvionar da Ribeira da Mata, até à localidade de Pisão, através da variante PR5.1 AGN. Opte também por caminhar através da PR5.2 AGN, até ao espelho de água do Rio Alva, na zona de lazer de Urtigal, onde existe uma nova praia fluvial.

Benfeita
Renato Ferreira

Da cascata à “Aldeia do Hobbit”
Tenha como destino seguinte a povoação de Benfeita. Antes de se embrenhar pela natureza, observe com atenção o Sino da Paz, construído, em 1945, por iniciativa de Mário Mathias, um relojoeiro em Almada, com um objetivo considerado único no mundo: o de anunciar e celebrar o fim da II Guerra Mundial, tocando o seu sino. Foi o que sucedeu às 14h00 do dia 7 de maio de 1945. Aliás, todos os anos nessa data, o sino toca 1620 badaladas, tantas quantos os dias que a II Guerra Mundial durou. É também onde começa o PR1 AGN com o nome “Caminho do Xisto de Benfeita” com 10,4 quilómetros, circular, com passagem pela quase secreta queda de água da Mata da Margaraça, chamada Fraga da Pena. As águas frias e puras convidam a molhar os pés e a momentos de lazer. Na localidade da Benfeita encontra ainda uma piscina, feita com represas da água da ribeira e de acesso livre.

Regressando ao alcatrão, parta rumo ao Piódão, com velocidade moderada, para observar as pequenas aldeias que se escondem entre a floresta e as altas escarpas da serra, e antes de descer em direção à “Aldeia Presépio” aproveite para visitar o Alto do Colcurinho, onde uma capela e um marco geodésico assinalam o local. Em vez de um baloiço, há uma bicicleta estática para tirar impressionantes fotografias.

Piódão

Chegado ao Piódão, é obrigatória uma visita pela aldeia, que faz parte das Aldeias de Xisto, observe o artesanato local, prove um licor e a famosa Broa de Batata, e surpreenda-se com o contraste entre as casas de xisto, o branco imaculado da igreja, no largo principal, e o azul forte das janelas e portas das casas da aldeia.

Foz de Égua

Aqui começa o percurso PN3 AGN, conhecido como “Açor”, circular, com 8,7 quilómetros, que passa pela Praia Fluvial de Piódão, por Poisos, pelo Miradouro com enquadramento geológico, pelo Memorial a Miguel Torga seguindo pelo chamado Carreiro Secular e pelo Capril. Antes de terminar a visita, faça o percurso até à aldeia de Foz de Égua, atravessada por uma ribeira e podia ter sido cenário do filme “O Senhor dos anéis”. Aliás, é tão pitoresca chamada pelos locais como a “Aldeia do Hobbit”, numa referência ao personagem do filme. No regresso, traga como recordação uma casa de xisto em miniatura, um licor ou um dos doces tradicionais. Encontre mais informações AQUI.

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