Pode ser de maçã e canela, nozes, “vulgar”, nas versões “rica” e “pobre”, consoante a localidade onde se elabora a receita ancestral. Certa é a forma quadrada ou retangular, a cor castanha, dourada, e a canela por cima, como toque final para adicionar ainda mais sabor.
Habitualmente consumido por altura da Páscoa, este doce tradicional tem maior expressão no Alto Alentejo, em particular em Portalegre, Castelo de Vide, Ponte de Sôr, Marvão, Alter do Chão e Elvas.
Na origem, o mesmo produto. Reza a história que o bolo típico é uma variante do pão ázimo consumido pelos Judeus por esta altura do ano, lembrando a fuga de Israel. O tempo e apropriação foram acrescentando diversos ingredientes à base de água, farinha, azeite e sal. O fermento não faz parte deste doce, segundo se conta, porque a fuga foi tão repentina que não houve tempo para deixar o pão levedar. Ao contrário da grande maioria dos doces típicos portugueses, também não leva ovos, já que o objetivo inicial da receita era aproveitar as sobras de massa do pão de trigo, a que então se foram acrescentando ingredientes como açúcar, canela, maçã ou nozes.
Aos ingredientes básicos do bolo da massa começaram a juntar-se o açúcar e a canela. Depois, para contrariar a secura da massa, foram-se acrescentado ingredientes, dando origem às Boleimas de maçã e de noz.
Existem diversas variantes às duas receitas principais, de Portalegre e Castelo de Vide, respetivamente sem e com maçã. A tradicional de Marvão adota o nome da terra. Em Alpalhão confeciona-se a Boleima com maçã. Noutras povoações resistem a Boleima vulgar, chamada de rica e a conhecida como Boleima pobre, pode ler-se na página dedicada a esta receita tradicional.
Segundo a Carta Gastronómica do Alentejo, onde encontra receitas de diversas variedades, todas recolhidas no distrito de Portalegre, variam bastante de localidade para localidade: a Boleima de maçã é mais usada em locais como Avis, Benavila e Marvão; a Boleima tradicional em Castelo de Vide; a Boleima de pão, canela, noz e maçã em Fronteira e Cabeço de Vide.
Doce cerveja made in Marvão
Para acompanhar com este doce, a Cerveja Barona, com origem em Marvão, lançou uma cerveja que vai às origens da receita tradicional. A Cerveja Boleima, uma artesanal winter ale, tem como objetivo representar o doce típico do Alto Alentejo - a Boleima de Maçã - através de uma cerveja “de alto teor alcoólico, com sabores e aromas a caramelo, biscoito e um toque de maçã a finalizar juntamente com o leve picante da canela”, pode ler-se na ficha técnica da Cerveja Boleima. De cor rubi e espuma beje, foi concebida para “aquecer os dias mais frios do Alentejo” - que também os há!
A Cerveja Boleima (desde €2,33/ garrafa) está disponível no formato caixa de 12, 24 ou pack personalizado. Para conhecer em detalhe ou encomendar esta edição limitada, deve contactar a Cerveja Barona, sediada em Marvão, ou comprar na loja online.
Boleima em casa
Numa viagem ao Alto Alentejo é fácil encontrar este doce tradicional. Noutras paragens, o melhor é encomendar. Na Vargem, sediada em Castelo de Vide, há vários produtos regionais para entregar em casa, entre os quais a Boleima tradicional ou de maçã. Em Oeiras, na D' Alentejo com amor encontra a tradicional Boleima de maçã de Castelo de Vide .Também a Ser Biológico, em Lisboa, confeciona a versão de Boleima de maçã. Saiba quando ir buscar ou como encomendar no site da Ser Biológico.