Mo Chara, um dos rappers que compõem o grupo irlandês Kneecap, foi ilibado por um tribunal londrino da acusação de terrorismo que recaia sobre si.
O músico foi oficialmente acusado do crime de terrorismo em maio deste ano, quando foi divulgado um vídeo que, alegadamente, o mostrava envolto numa bandeira do Hezbollah e a gritar palavras pró-Hamas, durante um concerto dos Kneecap em Londres, em 2024.
Um mês antes, os Kneecap emitiram um comunicado no qual se distanciavam desses dois grupos, considerados como terroristas pelo governo britânico, e em que descreviam as acusações como fazendo parte de “uma campanha difamatória” contra os irlandeses, devido ao seu apoio à causa palestiniana.
De acordo com a BBC, o juiz encarregue do caso descreveu-o como “ilegítimo”, apontando falhas no processo de acusação.
No X, Mo Chara já reagiu à decisão, agradecendo aos seus advogados e à sua família e escrevendo: “Este processo nunca foi sobre ‘terrorismo’, que é uma palavra que o vosso governo usa para desacreditar as pessoas que oprime. Este processo é sobre Gaza e sobre o que acontece quanto alguém levanta a sua voz”.
“Enquanto irlandeses, sabemos o que é a opressão, o colonialismo, a fome e o genocídio. Sofremos e continuamos a sofrer por causa do ‘vosso império’. As vossas tentativas de nos silenciar falharam. Dissemos que vos combateríamos nos vossos tribunais e que vos venceríamos, e assim foi”.
“Se há alguém neste planeta culpado de terrorismo, é o estado britânico”, completou.
Os Kneecap têm sido criticados pelas autoridades e figuras estatais de vários governos ocidentais, devido ao seu apoio à Palestina. Este mês, a banda foi impedida de entrar no Canadá, acusada de proferir “discurso de ódio”.