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No mundo dos Pet Shop Boys ser aborrecido é pecado: no Meo Kalorama, os cavalheiros da pop eletrónica não pecaram

Na “terra de sonho” que os Pet Shop Boys trouxeram a Lisboa, há alegria e esperança, dança e muitas luzes, mas também a crítica mordaz de Neil Tennant, cavalheiro britânico desde sempre atento ao que o rodeia: amor e sexo, dinheiro e poder, ou como os New Order resumiriam em 1983, “Power, Corruption & Lies”. A crónica de um concerto que foi um filme

Meo Kalorama: Pet Shop Boys
TOMAS ALMEIDA

Que os Pet Shop Boys marcam a música pop e eletrónica desde os anos 80 parece ser do conhecimento de todos aqueles que, pouco antes das onze da noite, acorrem ao palco principal do Meo Kalorama, esperando ouvir êxitos como ‘Domino Dancing’, ‘It’s a Sin' ou ‘West End Girls’. Quando confrontados com o trivia da sua idade - “Sabias que o Neil Tennant tem 70 anos?” -, porém, as bocas abrem-se de espanto. Tanto pela jovialidade em palco como pela boa forma vocal - para sempre revestida por aquela patine vagamente metálica, mas empática -, o cavalheiro cantante dos Pet Shop Boys parece ter menos umas décadas. Ao seu lado, primeiro como metade da dupla, mais tarde como parte de uma banda de vários elementos, o eterno parceiro de Tennant, Chris Lowe, conta menos cinco primaveras, mas também prova que merece envergar a palavra “boy” no chapéu que não tira durante todo o concerto. Por aqui, a idade não passa, traduzindo-se antes em experiência e segurança na condução de um espetáculo que, além dos êxitos, contou com projeções vídeo impressionantes e invariavelmente futuristas.