Em 1993, os Mão Morta levaram a viagem de “Mutantes S.21” ao Theatro Circo, num concerto que ficou para sempre marcado pela destruição total de que a sala foi alvo, o género de acontecimento que gera mitologias em torno de determinadas bandas. Mais de 30 anos volvidos e essa destruição, que pouco mais era que prova de existência num país ainda a compor a sua democracia, já não se verifica; não só porque quem hoje acompanha a banda de Braga são essencialmente os jovens de outrora, mas porque a destruição intrínseca ao capitalismo tardio não é de vida, mas de morte. Perante esta era em que um espectro nos ronda, e que não é o de Marx - é talvez o medo de Marx o que alimenta este novo espectro - os Mão Morta foram ao baú da ironia sacar “Viva La Muerte!”, título do seu novo álbum e espetáculo onde, Adolfo Luxúria Canibal dixit, se propõem “denunciar o impulso de morte que grassa no ar dos tempos”.
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Não é só um concerto, é um comício: no Theatro Circo, os Mão Morta vociferam contra o culto da morte
A jogar em casa, os Mão Morta estrearam o espetáculo “Viva La Muerte!” ao Theatro Circo, expondo o perigo real que é o fascismo de uma forma absolutamente direta e por que razão as subtilezas têm que ficar para trás. Uma hora de coros, guitarras rock e caricaturas, uma hora presente e nada de passados, nem dos seus próprios passados: hoje, os bracarenses estão bem e recomendam-se