Disco duplo, 22 canções, mais de uma hora de duração. “Carta de Alforria” é provavelmente o álbum mais ambicioso de Plutonio, e não o é só pela construção: é-o porque é o disco em que o músico nascido e crescido no Bairro da Cruz Vermelha procura, não abandonar essa pele, mas impedir que o vejam como tendo apenas e só essa pele. “Foi preciso libertar-me de mim mesmo; foi uma libertação mental e, no final, musical”, contou à BLITZ, numa tarde sob o sol de outono.
Ambicioso, e elemento chave naquela que será a maior noite da carreira do músico: a apresentação está marcada para o dia 28 de fevereiro, data em que se apresentará, pela primeira vez em nome próprio, na maior sala de espetáculos do país, a Meo Arena. Antes disso houve espaço para falar desta “Carta de Alforria”, do “bairro”, da Moçambique que lhe corre nas veias e do seu objetivo maior: ser presidente da Junta de Freguesia de Alcabideche. Eis Plutonio, sem rodeios.