O cenário é de filme maroto. Lado a lado, no esplendor da relva, eles olham-se com enlevo. São dois, são três, são muitos. O pôr do sol está por minutos, há um beijo (no mínimo) no argumento, a música entra. É rock instrumental, dengoso, com bordões do Médio Oriente, os corpos ondulam-se, esperançosos. Promete. Eis os primeiros 2 minutos do concerto dos australianos Glass Beams no festival Vodafone Paredes de Coura.
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Os ‘mascarados’ do festival Vodafone Paredes de Coura: Glass Beams, aqueles chatos que nos apareceram ao fim da tarde
Chamam-se Glass Beams, vêm de Melbourne (Austrália) e formaram-se no impasse da pandemia. Atuam de rosto tapado, fazem rock psicadélico instrumental com inspiração ‘arabesca’ (em teoria), mas que às vezes parece uma espécie de tecno com instrumentos para lá de maçador (na prática). Preencheram, à última hora, a ausência de uma banda melhor no palco principal. Entre o papel de parede e a música de elevador, um desperdício no belo momento crepuscular do primeiro dia do Vodafone Paredes de Coura