Nascida há 28 anos na cidade norueguesa de Bodø, Aurora Aksnes cresceu entre a montanha e as floresta, num espaço tão distante da agitação moderna que quase parece narrativa ficcional delineada para resenhas biográficas interessantes. Introvertida, algo ‘freak’ e com um sentido estético apurado desde cedo, encontrou na música, como tantas vezes acontece, um lugar seguro e, ainda adolescente, começou a editar as suas canções. A chegada ao estrelato local foi rápido; em 2014 surge o primeiro contrato com a Decca, editora a que ainda permanece ligada. Enya (o seu canto etéreo tem na irlandesa um ponto de contacto), Bob Dylan (o lado trovadoresco, cada vez menos evidente), os Beatles (a procura da melodia) e Kate Bush (o ‘pacote’ completo da pop com aspirações ‘arty’ numa só artista) tornaram-se influências, mas o percurso de cinco álbums bem recebidos já as diluiu. No palco secundário do NOS Alive, há uma multidão à espera de Aurora.
Exclusivo
E ao segundo dia o NOS Alive gritou “Aurora, Aurora, Aurora”: nasceu uma estrela ou já brilhava?
Quase dez anos depois de um discreto concerto no Musicbox, em Lisboa, quando contava apenas 19 anos, a cantora e compositora norueguesa Aurora mostra-se no NOS Alive uma mulher segura de si e do seu canto primevo. Misturando folk inspirada em várias Europas e a (sua) tradição nórdica com eletrónica bem torneada, custa a crer como não é passageira mais frequente para estes lados. O palco secundário do festival de Algés transbordou para vê-la