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Ainda bem que Arooj Aftab não quer ser uma deusa sufi: “Night Reign” é um álbum como ela quer

A artista paquistanesa-americana recusa fazer um “ensaio etnográfico” e prefere deixar à vista uma rede de ligações. Em “Night Reign” há barroco oriental, repouso harmónico e voos desordenados

Arooj Aftab, 39 anos, ao noturno quarto álbum. A 28 de outubro atua no Teatro Tivoli, em Lisboa
Shreya Dev Dube

“Bem-vindos ao novo mundo, no qual as pessoas não são arquivadas por categorias e todos os cruzamentos são naturais. É o efeito que a música exerce sobre nós. De Obama a Elvis Costello, as pessoas gravitam em torno desta música. Até no modo como escolho quem convidar para colaborar comigo existem formas subtis de permitir que a música se dirija onde é necessário sem ter de me preocupar com a minha ou a tua etnicidade. E isso é algo que deve ser celebrado”, dizia Arooj Aftab à “Spin”, há cerca de um mês. Referia-se ao facto de ‘Mohabbat’ (do seu álbum “Vulture Prince”) ter aparecido na “Summer Playlist” de 2021 de Barack Obama e de, para o novíssimo “Night Reign”, na lista de convidados surgir o nome de Elvis Costello enquanto quase clandestino executante de piano Wurlitzer em ‘Last Night Reprise’ (do que se confessaria “extremamente orgulhoso”, dado tratar-se da sua primeira referência de sempre como teclista “em qualquer disco”).