“I know my age and I act like it/ I know my place and this is it”, canta Olivia Rodrigo em ‘All-American Bitch’, tema com que abre “Guts”, o seu segundo álbum, lançado no outono de 2023. Está longe de uma canção como ‘Brutal’, de “Sour” (2021), onde parece pedir desculpa por ser adolescente. “Guts” é, nesses termos, o disco onde perde a vergonha: a sua idade é a sua identidade. O inglês da palavra deixa de ser traduzido como “entranhas”, passando a referir-se a “coragem”. Agora com 21 anos, Olivia já mora sozinha, na Nova Iorque onde todos querem triunfar. Continua adolescente, mas crescida. E a sonoridade rock que apresenta ganha contornos mais feéricos, desafiantes, sem perder a toada pop que também a caracteriza. É com essa confiança que chega a Lisboa, para dois concertos, sábado e domingo, na Meo Arena, a maior sala do país. Contudo, afirma, “de início, foi muito difícil. Senti que não conseguia compor uma canção sem pensar no que as outras pessoas iriam pensar dela. Houve dias em que me sentei ao piano, entusiasmada por compor, mas depois desatava a chorar”, contou à “Rolling Stone”, que a levou à capa no ano passado.