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Nelly Furtado ao vivo no North Festival: a ’força’ não é a mesma, a pop também não, mas ela ainda está aqui (e ainda bem)

O cume da carreira da luso-canadiana Nelly Furtado terá sido atingido a meio da primeira década deste milénio, mas as suas canções continuam a despertar o mesmo sentimento que há milhares de anos os homens das cavernas descobriram ao bater um pau numa pedra: a vontade de bater o pé. Nem Ana Moura faltou à celebração de uma longa carreira na pop, naquele que foi o último dia do North Festival, no Parque de Serralves, no Porto

Nelly Furtado no North Festival, Porto, 26 de maio de 2024
North Festival

Há muitos anos, num fórum da internet de má índole, alguém defendia assim Nelly Furtado dos argumentos de um típico cruzado anti-pop: “aposto que bates o pé a ouvir o ‘Loose’”. A frase ficou na memória e serve não só para defender “Loose”, o álbum quem em 2006 colocou a artista nascida no Canadá no panteão da pop mundial, como toda a música pop que vende milhões (2, nos Estados Unidos, no primeiro ano) e através da qual a indústria ganha o seu quinhão. Muitos torcem o nariz, dizem que é tudo fabricado, que não é tão autêntico quanto três estarolas com guitarras. Outros, bom: batem o pé com boas canções. Vimo-la regressar no North Festival, no Parque de Serralves, no Porto, no primeiro concerto da cantora luso-canadiana em Portugal desde um longínquo Delta Tejo, no Alto da Ajuda, em Lisboa, em 2011.