Há muitos anos, num fórum da internet de má índole, alguém defendia assim Nelly Furtado dos argumentos de um típico cruzado anti-pop: “aposto que bates o pé a ouvir o ‘Loose’”. A frase ficou na memória e serve não só para defender “Loose”, o álbum quem em 2006 colocou a artista nascida no Canadá no panteão da pop mundial, como toda a música pop que vende milhões (2, nos Estados Unidos, no primeiro ano) e através da qual a indústria ganha o seu quinhão. Muitos torcem o nariz, dizem que é tudo fabricado, que não é tão autêntico quanto três estarolas com guitarras. Outros, bom: batem o pé com boas canções. Vimo-la regressar no North Festival, no Parque de Serralves, no Porto, no primeiro concerto da cantora luso-canadiana em Portugal desde um longínquo Delta Tejo, no Alto da Ajuda, em Lisboa, em 2011.
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Nelly Furtado ao vivo no North Festival: a ’força’ não é a mesma, a pop também não, mas ela ainda está aqui (e ainda bem)
O cume da carreira da luso-canadiana Nelly Furtado terá sido atingido a meio da primeira década deste milénio, mas as suas canções continuam a despertar o mesmo sentimento que há milhares de anos os homens das cavernas descobriram ao bater um pau numa pedra: a vontade de bater o pé. Nem Ana Moura faltou à celebração de uma longa carreira na pop, naquele que foi o último dia do North Festival, no Parque de Serralves, no Porto