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Blitz

30 anos de “The Downward Spiral”, dos Nine Inch Nails: a história da vertiginosa descida ao abismo de Trent Reznor

Em 1994, os Nine Inch Nails lançavam a sua obra maior, “The Downward Spiral”, o álbum onde um semiautobiográfico Trent Reznor expõe a sua depressão ao mundo, numa época em que começava a suplantar o ‘grunge’ como banda-sonora da ‘nação alternativa’. O disco vendeu 4 milhões de cópias por todo o mundo, inspirou fusões várias entre metal e eletrónica e, talvez mais importante, pôs-nos a falar de saúde mental

Nine Inch Nails, 1994
TVT Records

I hurt myself today
To see if I still feel

1993 não foi um ano fácil para Trent Reznor. Apesar de uma sucessão de concertos memoráveis no itinerante Lollapalooza, onde o caos parecia ser a palavra de ordem (expresso, entre outras coisas, na destruição do seu próprio equipamento em palco), o eterno líder dos Nine Inch Nails não se sentia feliz. Pior: sentia-se como o Pink de “The Wall”, uma estrela rock alienada do seu próprio público, um homem que tanto desejou que o sucesso apagasse a sua normalidade que acabou destruído por ele. Sentiu demais para poder continuar a sentir. Após a digressão e o lançamento de “Broken”, EP cuja sonoridade viria a constituir-se como precursora do que se ouve em “The Downward Spiral”, entrou numa disputa acesa com a sua editora, a TVT Records (que o levaria a assinar pela Interscope), cedeu ao vício em drogas, lutou árdua e amargamente contra a depressão, e por fim mirou o abismo.