Aos 60 anos, Rick Rubin é um dos mais celebrados produtores musicais de sempre, um visionário que nos alvores da década de 1980, quando era ainda um jovem estudante universitário em Nova Iorque, fundou, juntamente com Russell Simmons, a importante Def Jam Recordings, editora que foi decisiva para o hip-hop se afirmar como força comercial. Mas Rubin, com um passado na música punk, também se manteve próximo do mais musculado lado do rock ao trabalhar com grupos como Slayer, Danzig ou Nine Inch Nails. O facto de ter criado uma sólida reputação com trabalho realizado no que a indústria encarava como campos musicais opostos não impediu Rubin de expandir ainda mais os seus horizontes, ao mostrar igualmente ser tão capaz de insuflar renovada energia nas carreiras de veteranos como Mick Jagger ou Tom Petty como até de trazer de volta à vida verdadeiras lendas que há muito se encontravam afastadas das lides musicais, como notoriamente aconteceu com Johnny Cash, primeiro, e Neil Diamond, mais tarde. Essa experiência muito diversa, com resultados de vendas inequívocos, também lhe permitiu aceitar trabalhos nos domínios da pop de maior tração comercial, tendo somado créditos em sucessos globais de artistas como Justin Timberlake, Adele, Shakira ou Lady Gaga e Ed Sheeran. Diz-se, à boca cheia, que tem o toque de Midas.
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Entrevista exclusiva ao ‘guru’ Rick Rubin, o superprodutor: “A música consegue sempre unir o mundo. Deixamos de demonizar o outro”
Além de ser um dos mais requisitados produtores musicais, é um visionário, um guru no seu ofício. “Assim como as árvores dão flor e frutos, a Humanidade cria obras de arte”, defende em “O Ato Criativo: Um Modo de Ser” (livro onde expõe as lições que aprendeu em 60 anos de vida) o homem que ‘nasceu’ no hip-hop, abraçou o peso do rock e deu uma última vida a Johnny Cash. Uma conversa sobre o papel da música nesta “jukebox cósmica”, a magia de criar “o que ainda não existe” e o desafio da inteligência artificial