Por muitos concertos que vejamos, continua a haver algo de mágico no momento em que as luzes se apagam, o bruaá da multidão se faz ouvir e, de forma discreta ou pomposa, os músicos entram em palco e ocupam os seus lugares, prontos a protagonizar o serão que se seguirá com a participação essencial dos que saíram de casa para vê-los. No caso dos norte-americanos The National, que há quase 20 anos fazem de Portugal o seu ninho, a ligação com a plateia é de tal forma umbilical que, quando Matt Berninger, Aaron e Bryce Dessner e Scott e Bryan Devendorf saem dos ecrãs gigantes (que os mostram a abandonar os bastidores) e se materializam perante os fãs, a temperatura da sala, já de si escaldante, parece subir ainda mais uns graus. Acompanhados por alguns músicos extra, com destaque para uma pequena mas importante secção de sopros, os cinco do Ohio encaram o público com tanta confiança como carinho. O afeto é uma responsabilidade, e a banda sabe bem que a devoção que os portugueses lhe prestam deve ser estimada. Entreolhando-se com sorrisos rasgados, lançam-se então numa maratona de mais de duas horas que efetuará paragens em quase todas as estações da carreira da banda, numa celebração de um repertório riquíssimo, mas desigual (como as canções retiradas dos dois ou três álbuns mais recentes provam).
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The National no Campo Pequeno, Lisboa: este comboio efetua paragens em todas as estações e apeadeiros da nossa vida
No seu 20.º concerto em Portugal, os norte-americanos The National foram recebidos em ombros por uma plateia efervescente. 28 canções, capazes de despertar memórias e emoções em fãs de gostos e gerações diferentes, fizeram a história da primeira noite no Campo Pequeno. Sábado há mais