Roger Waters já reagiu ao documentário “The Dark Side of Roger Waters”, no qual é acusado, por antigos colaboradores, de ser antissemita.
O músico dos Pink Floyd garante que os autores deste filme, lançado pelo grupo britânico Campaign Against Antisemtism, manipularam imagens e citações de forma a servirem a sua agenda.
Roger Waters, que diz ter recusado fazer declarações para o documentário, lançou agora um comunicado no seu site sobre este assunto.
No mesmo, escreve: “Toda a vida usei a plataforma que a minha carreira me deu para apoiar causas em que acredito. Acredito apaixonadamente nos direitos humanos universais. Sempre trabalhei com vista a fazer do mundo um sítio melhor, mais justo e mais equilibrado para todos os meus irmãos e irmãs, em todo o mundo, independentemente da sua etnia, religião ou nacionalidade, desde os povos indígenas ameaçados pelos Estados Unidos às mulheres iranianas que lutam pelos seus direitos.”
“Por isso é que sou ativo no movimento de protestos não violentos contra a ocupação ilegal da Palestina por Israel, e contra o seu tratamento dos palestianos. Quem quiser equiparar essa posição a antissemitismo está a fazer um péssimo serviço a todos.”
“A verdade é que sou desbocado e dado à irreverência. Não consigo lembrar-me do que disse há 13 anos, ou mais. Mas sempre trabalhei de perto com muitas pessoas judias, músicos e não só. Se incomodei os dois indivíduos que aparecem no filme, peço desculpa. Mas posso dizer que não sou, e nunca fui, antissemita - como qualquer pessoa que me conheça pode garantir. Sei que o povo judeu é uma malta diversa, interessante e complicada, como o resto da humanidade. Muitos são aliados na luta pela igualdade e pela justiça, em Israel, na Palestina e em todo o mundo.”
Roger Waters escreve ainda que o documentário “distorce completamente a minha visão sobre o estado de Israel e a sua ideologia política, o zionismo. Parte do princípio de que criticar Israel é ser antissemita e presume que o zionismo é um elemento definidor da identidade judaica. Estas opiniões, partilhadas pelo apresentador e pelos dois entrevistados, são amplamente contestadas por muita gente, incluindo por muitas pessoas judias.”
Acusando o realizador de manipular imagens e citações, Roger Waters define o filme como “um objeto de propaganda que mistura coisas sem critério, que eu alegadamente terei dito ou feito em épocas diferentes e contextos diferentes, de forma a retratar-me como antissemita, sem argumentos ou factos.”