Depois do entusiasmo cartoonesco de Frank Carter, a sofisticação de Jessie Ware até poderia cair bem na primeira jornada courense, feita até aí sobretudo de rock de diversas famílias (o indie dos veteranos Yo La Tengo e dos jovens Snail Mail, do lado americano; o pós-punk dos Dry Cleaning e dos Squid, do lado inglês), e é indesmentível que Jessie Ware, londrina de 38 anos, tem uma voz elástica e torneada, capaz de se atirar a aventuras soul com alma, mas resumir uma discografia que já vai em cinco álbuns em expeditos 50 minutos num ‘horário nobre’ de festival é sinónimo de risco.
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Jessie Ware no Vodafone Paredes de Coura: uma diva acessível e cintilante, mas só durante 50 minutos
Em Paredes de Coura, a inglesa Jessie Ware mostrou o seu reconhecido talento no manejo de uma soul-pop dançável mas deu um espetáculo porventura demasiado breve para quem se alojava num dos lugares cimeiros do cartaz no primeiro dia do festival. Num ritmo frenético, sobrou tempo para os elogios ao “Coura Festival” e para uma versão de ‘Believe’, de Cher, a canção que ‘acordou’ a plateia