A cantora-compositora Beth Orton publicou uma mensagem revoltada, após a morte de Sinéad O'Connor, esta semana aos 56 anos.
“Não estou sem palavras, estou furiosa”, começou a britânica por escrever. “Tanta treta sobre saúde mental e apoiar os artistas, mas não se faz nada para proteger os mais vulneráveis. A Sinéad devia ter sido mais bem tratada. Durante demasiados anos, foi vítima de crueldade e troça por ser exatamente quem nós precisávamos que ela fosse, para podermos sentir os sentimentos que, de outra forma, não conseguiríamos sentir. É aterrador.”
“A Sinéad era uma artista no mais elevado e puro dos sentidos. O mais difícil não é aprender as deixas, mas vivê-las. A Sinéad era uma visionária, e transparente como uma folha de papel. Devia ter sido tratada com o máximo de amor, carinho e respeito. Obteve sucesso e com esse sucesso fazia dinheiro para as outras pessoas, o que a atormentava. Para ela, era chocante ter sucesso a fazer algo que lhe era natural.”
“Isto era brutalmente solitário para alguém que precisava tanto de amor como ela, alguém que dava puro amor, pura raiva e perdão sem fim, com toda a sabedoria e boa vontade do mundo. A Sinéad cantou para mim quando perdi a minha mãe, ofereceu-me as lágrimas [que eu precisava de chorar] e permitiu-me sentir uma mágoa que não teria compreendido, sem a sua honestidade e verdade. Merecia medalhas de coragem pelo seu serviço. Fico feliz por saber que recebeu algum amor nos seus últimos anos de vida, mas foi demasiado tarde para salvar a sua vida”, lamenta Beth Orton.
“Espero que agora encontre a paz que sempre procurou. Obrigada a esta mulher tão querida, brilhante e corajosa”, remata.