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40 anos de “Let’s Dance”: como David Bowie se tornou finalmente uma estrela planetária

Com “Let’s Dance”, em 1983, David Bowie descobria o caminho para o cimo das tabelas de vendas, ombreando com as novidades pop da altura. Não foi com o ‘alien’ Ziggy Stardust que Bowie se tornou uma estrela global, foi com o disco onde, logo no tema-título, as guitarras de Stevie Ray Vaughan e Nile Rodgers levam o ícone platinado ao irrecusável convite: calcemos os sapatos vermelhos e dancemos sob a luz da lua. Contamos a sua história

David Bowie
Getty Images

O problema de chegar ao topo da montanha, poderá dizer-se, não é olhar para trás e vislumbrar a extenuante subida antes de festejar a conquista, é, ao invés, olhar em frente e perceber que após tamanha proeza já só resta descer. “Let’s Dance” foi o Evereste de David Bowie.

Não é complicado argumentar que a produção discográfica de David Bowie na segunda metade da década de 70 do século passado representa uma das melhores séries ininterruptas de lançamentos de sempre da música popular. “Young Americans”, de 1975, que o icónico camaleão pop descreveu como o seu álbum de “plastic soul”, documenta não apenas o seu fascínio pela cena R&B norte-americana como resulta da sua singular capacidade de equilibrar experimentação no sentido mais estrito do termo e uma assumida demanda pelos lugares cimeiros das tabelas de vendas, atitude que se traduzia em peças de genuína inventividade pop como ‘Fame’, ‘Fascination’ ou no tema-título, ‘Young Americans’.