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Sérgio Godinho escreveu, Capicua organizou e a homenagem a um dos grandes cancioneiros de Portugal nasceu

Chama-se “SG Gigante” e é um disco de homenagem a Sérgio Godinho nas linguagens do hip-hop e música eletrónica – mas com o fado ou Cabo Verde à espreita. Sérgio Godinho e a curadora do disco, Capicua, falam sobre a ‘atualização’ de um cancioneiro imorredoiro. “A canção também tem essa função de ir desaguar a mares desconhecidos”, afirma o homenageado

Capicua e Sérgio Godinho
Rita Carmo

Quando se depara com uma tirada brilhante de Sérgio Godinho, Capicua “rejubila”. É esse o verbo que Ana Fernandes, rapper do Porto e fã do seu conterrâneo desde pequenina, usa para ilustrar uma admiração imorredoira. Sentado a seu lado, preparado para falar sobre “SG Gigante”, disco de homenagem que na próxima sexta-feira chega às plataformas digitais (e no sábado é lançado em vinil, na 'carruagem' do Record Store Day), Sérgio Godinho ri-se de tanto entusiasmo. Curadora do trabalho, que reúne seis variações sobre clássicos como ‘Que Força é Essa’ ou ‘Com Um Brilhozinho nos Olhos’, Capicua concretiza: “Aquela tua frase: ‘Dietriches que não foram nem Marlenes’”, diz, referindo-se a um verso de ‘Lisboa que Amanhece’, de 1986. “Eu rejubilo quando a ouço! É aquilo a que os rappers chamam uma punchline. É impressionante!”