"Perigoso é fazer de conta, perigoso é deixar andar". Com o quartel do Carmo em fundo (nunca o PSD pensou ter um comício com Fernando Nobre a evocar Salgueiro Maia, o herói do 25 de Abril), Pedro Passos fez o derradeiro apelo à mobilização dos eleitores: "Esta foi a campanha que venceu o medo. Medo tínhamos nós de ficar na mesma".
Clique para aceder ao índice do especial Portugal 2011
O medo do que fará o CDS também foi agitado pelo candidato do PSD no fecho da campanha. Passos deixou recados a Portas e ao eleitorado de direita: "nos últimos dias assistimos a alguns exercícios que não nos deixaram tranquilos", afirmou, numa indireta ao facto de Portas ter admitido não ir para o Governo. "Só há uma maneira de o país saber que pode contar com um governo, forte, coerente e coeso, é votar no PSD".
Rodeado de notáveis do PSD (de Ferreira Leite a Santana Lopes, passando por Marcelo Rebelo de Sousa ou Fernando Nogueira), o candidato assumiu, pela última vez nesta corrida, o combate ao peso do Estado. "Não se trata de ser de direita ou ser de esquerda. Não vale a pena ter preconceitos. Nós podemos ter o Estado que pudermos pagar. Nem mais um tostão".
"Os portugueses estão imunizados quanto ao faz de conta e o empurrar com a barriga. Estou muito confiante", afirmou. A praça gritou "maioria". Mas o comício de Lisboa não teve o calor do do Porto.
Nogueira dramatizou o que está em causa no domingo - "a desconfiança entre cidadãos e políticos é tal que há um sério risco de a democracia colapsar"; "se a governação for má corremos o risco de sair do euro". Fernando Nobre gritou "Mudança, já!" - "Portugal só pode entrar nos eixos se decidir fazer diferente".
O povo "laranja" respondeu à chamada na baixa lisboeta e ajudou a entrar o Largo emblemático do 25 de Abril. "Ergam-se. Não se acomodem", pediu Nobre, o cabeça de lista por Lisboa que Fernando Nogueira disse "chegar onde muitos de nós não chegamos e abrir portas onde nós nunca conseguimos chegar". Domingo se verá como reagiu o eleitorado do centrão ao apelo de mudança