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Comissão Europeia quer uma redução de 90% das emissões até 2040, ambientalistas contestam mecanismos de “flexibilidade” para atingir a meta

Proposta de revisão da Lei do Clima avançada pela Comissão Europeia, esta quarta-feira, é vista como um "caminho realista" pela presidente Ursula Von der Leyen. Várias organização ambientalistas atestam o "passo significativo", mas alertam para "truques de contabilidade" que não se compadecem com a crise climática.

SASCHA STEINBACH/EPA

Reduzir em 90% as emissões líquidas de gases com efeito de estufa (GEE) até 2040, face aos níveis de 1990, é uma das proposta de revisão da Lei Europeia do Clima apresentada esta quarta-feira pela Comissão Europeia. A medida surge como parte do compromisso assumido com a neutralidade climática até 2050, e integra um pacote legislativo que pretende também impulsionar o investimento industrial, garantir energia acessível e assegurar a competitividade da União Europeia. Esta meta, integrada nas Diretrizes Políticas da Comissão para 2024-2029, visa reforçar a liderança industrial da UE, garantir segurança energética e atrair investimentos em inovação, aponta a CE em comunicado. Em paralelo, a Comissão publicou medidas para impulsionar o Acordo Industrial Limpo, incluindo incentivos fiscais, simplificação do Mecanismo de Ajustamento Carbónico Fronteiriço e apoio à produção de energia renovável. A meta de 2040 servirá também como referência para a contribuição da UE no Acordo de Paris, com vista à COP30, no Brasil.