Ambiente

Climáximo vandaliza nova sede da Galp num “ato de legítima defesa”

“Galp: nem aqui nem em lado nenhum”, escreveu grupo de ativistas na fachada da nova sede da Galp a tinta vermelha, em Lisboa. Além disso, quebraram vidros com um “ato de legítima defesa contra uma empresa colonial e assassina”

Climáximo escreveu "Galp: nem aqui nem em lado nenhum" na nova sede da empresa
Climáximo

O grupo de ativistas do movimento climático Climáximo pichou a nova sede da Galp, na zona de Alcântara, em Lisboa, com a frase “Galp: nem aqui nem em lado nenhum”. Além disso, segundo um comunicado do Climáximo, um grupo de apoiantes do movimento estilhaçou os vidros da fachada do edifício. De acordo com a agência de notícias Lusa, uma fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP refere que “terão sido cerca de 10 pessoas” a vandalizar a fachada do edifício.

As autoridades receberam o alerta pelas 7h14, mas quando chegaram ao local já não estava nenhum dos elementos. Desse modo, segundo a mesma fonte, ninguém foi identificado.

“Quebrar os vidros desta sede é um ato de legítima defesa contra uma empresa colonial e assassina, que afirma ser líder na transição verde, mas continua a inaugurar novos projetos de morte para a extração de combustíveis fósseis em países como Moçambique e a Namíbia”, diz a porta-voz da ação, Inês Teles.

No comunicado, o movimento acusa a Galp de ter um “negócio assassino”, referindo, ainda, a recente descoberta de reservas equivalentes a 10 mil milhões de barris de petróleo na Namíbia. “É intolerável que, em plena crise climática, empresas como a Galp continuem a ter carta branca para perpetuarem o assassínio em massa de pessoas por todo o mundo através da queima incessante de combustíveis fósseis”, considerou a porta-voz.

Os ativistas dizem que não podem “continuar a permitir novos projetos fósseis, nem aqui nem em lado nenhum”. Para eles, o “futuro da Galp” passa pelo “desmantelamento” e pela “responsabilização da empresa”, uma vez que a mesma está a provocar “destruição”. “Os recursos da Galp devem ser usados não para encher os bolsos dos acionistas, mas sim para pagar a necessária transição energética, que tem de ser iniciada já, e que tem de colocar no centro de decisão os trabalhadores da empresa e comunidades afetadas”, afirma Inês.

No mesmo comunicado, o Climáximo acusa, ainda, “os Governos” de serem “cúmplices” de empresas “destruidoras” como a Galp. “Nós, pessoas comuns, somos quem tem de pará-las", diz a porta-voz.


Contactada pelo Expresso, a Galp respondeu que “não comenta atos de vandalismo que pela sua natureza criminal deverão ser tratados em sede própria pelos tribunais”.