Continua por identificar a fonte — ou possíveis fontes — do cheiro que se faz sentir na região de Lisboa e Vale do Tejo. Trata-se de um “odor a acre e azeitonas” que tem sido particularmente relatado desde a última semana e não há certezas de que desapareça em breve, até porque não são esperadas grandes mudanças no estado do tempo. “Temos tido vento geralmente fraco, a soprar do quadrante leste, e é assim que vai continuar nos próximos dias”, afiança Paula Leitão, meteorologista do IPMA.
É um cheiro que tem sido notado sobretudo nos últimos dias: “Desde domingo passado para esta semana, a situação tem-se estendido bastante e as pessoas têm vindo a reportar isso nas redes sociais e a fazer-nos chegar essa informação de uma forma mais intensa”, descreve a investigadora Sofia Teixeira, do departamento de qualidade do ar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
Não é comum um cheiro ser sentido numa área tão dispersa e tão grande, neste caso, a região de Lisboa e Vale do Tejo, incluindo em Lisboa, Sintra, Almada e Sesimbra. “Por norma, a perceção de odores costuma ser muito mais concentrada numa freguesia ou num concelho, e não a ultrapassar estas fronteiras todas”, vinca Sofia Teixeira, especializada em estudos de odores atmosféricos.
Para já não há certezas, só palpites. O cheiro parece vir do sul e, pelas suas características, pode ser oriundo de indústrias de processamento da queima do bagaço de azeitona ou de processamento de resíduos, estima a investigadora da qualidade do ar. De qualquer forma, “terá de vir de uma chaminé que depois promova a dispersão das massas de ar e o transporte a longo alcance”.