Vidros para um lado, pedra para outro e plásticos para outro: a máquina de lavar a roupa é esventrada e, no fim, resta só um esqueleto. Ao lado, mais de 16 aparelhos empilhados aguardam a próxima fase do processo. É assim o dia a dia em Santo Antão do Tojal, no concelho de Loures, onde o Centro Operacional de Resíduos da Veolia, um dos parceiros do Eletrão, prepara todos os dias para reciclagem centenas de equipamentos eletrónicos que foram colocados no lixo.
Apesar desta azáfama, apenas cerca de metade dos equipamentos eletrónicos recolhidos em Portugal são reciclados e apenas 0,68% são reutilizados – ou seja, transformados em componentes capazes de reintegrar um novo equipamento. E, com uma taxa de recolha pouco acima dos 30% (e que caiu 27% entre 2018 e 2021), em 2020, Portugal era o pior da União Europeia, de acordo com o Eurostat. Isto significa que, ainda que se trate pouco mais de metade dos equipamentos, a grande maioria fica excluída da reciclagem, logo à partida, porque não é recolhida.