Erguendo cartazes a dizer que “a crise climática é um genocídio”, um grupo de nove ativistas do movimento Climáximo bloqueou temporariamente esta terça-feira a Segunda Circular entre Benfica e o Aeroporto, em Lisboa.
Eram nove horas da manhã quando os jovens ativistas chegaram ao local. Dois deles penduraram-se na ponte ciclável da Galp por cima da via, com uma faixa a lembrar que “o Governo e as empresas declararam guerra à sociedade e ao Planeta”. Ambos foram já retirados e detidos pelas autoridades.
“Queremos lembrar as pessoas que as decisões governamentais nos estão a condenar a todos a um genocídio”, conta Noah Zino ao Expresso por telefone. A jovem ativista frisa que “há estudos que indicam que as emissões globais de gases com efeito de estufa [e os eventos extremos causados] mataram mais de nove milhões de pessoas, em 2021, e são responsáveis por mil milhões de refugiados climáticos no mundo".
Noah diz ter sido “agredida” por motociclistas durante o bloqueio: “Fiquei com o nariz a sangrar com o murro de um motociclista e uma amiga viu uma roda passar-lhe por cima da perna, felizmente sem danos”.
“Não nos demovem e não temos nada conta os automobilistas, só queremos lembrar-lhes que as emissões nacionais matam a cada dois dias mais pessoas do que as que morreram nos incêndios de Pedrógão Grande” (mais de 60 pessoas).
O corte terá durado poucos minutos e os manifestantes foram retirados por condutores, ainda antes da chegada das autoridades.
Pelas 10h da manhã, uma carrinha da policia de intervenção chegou ao local e os jovens acabaram detidos, com exceção dos dois que se tinham pendurado. Após a retirada destes, com a ajuda de vários bombeiros, o trânsito foi restabelecido.