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A inteligência artificial já sabe mentir: “Tudo é feito para servir algumas pessoas, por isso está tudo em cima da mesa”

A equipa de Peter Park, investigador em segurança da inteligência artificial no MIT, descobriu que um dos sistemas de inteligência artificial desenvolvido pela Meta, empresa detentora do Facebook, era, ao contrário do que dizia o seu registo – que o definia como “amplamente honesto e prestável, nunca apunhalando ninguém intencionalmente pelas costas” –, um mestre do engano e mentira. A inteligência artificial já sabe mentir. O que se pode esperar agora?

"O engano sistemático é um fenómeno, mesmo em sistemas de IA, que nos deve levar a começar a pensar sobre os riscos que representam"
PATRICK T. FALLON

Os sistemas de inteligência artificial (IA) já são capazes de superar o ser humano em jogos de tabuleiro, criar vídeos e imagens e as mais recentes atualizações do ChatGPT (4.0), que a OpenAI anunciou recentemente, já o colocam até a conversar com os utilizadores, à semelhança da distopia “Her”. No filme de 2013, Theodore apaixona-se pela voz do sistema OS1, que acaba por enganá-lo. Mais de dez anos depois, a obra pode funcionar como spoiler da realidade atual.

A progressiva sofisticação da inteligência artificial fez com que cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) quisessem investigar a capacidade dos sistemas. Nesta entrevista, Peter Park, investigador em segurança da inteligência artificial no MIT, e autor do estudo, fala ao Expresso sobre as suas descobertas “preocupantes”.