Saúde

Instituto do sangue diz que só tem reservas para quatro dias de “A positivo”, “O positivo” e “B negativo”

O período de verão (e de férias), em conjunto com um atípico pico de doenças infeto-respiratórias em junho, entre elas a covid-19, “antecipou a instabilidade nas reservas de sangue” e chegou a fazer adiar quatro cirurgias no Hospital de Santa Maria. Lisboa e Vale do Tejo é a região mais afetada

Nuno Botelho

O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) apela à dádiva de sangue, em especial dos grupos “A positivo”, “O positivo” e “B negativo”. Para estes três tipos de sangue as reservas do instituto só darão para quatro dias.

Em resposta ao Expresso, o IPST diz que “as reservas dos hospitais situavam-se entre os 9 e 40 dias”. Já as do próprio instituto, que faz a colheita e a distribuição do sangue por todo o território e onde as carências são maiores, “entre os 4 e 32 dias”.

A região onde os condicionamentos estão a merecer mais atenção por parte das autoridades é Lisboa e Vale do Tejo, devido “à dimensão do Parque Hospitalar na zona da Grande Lisboa”.

Recentemente foi notícia que a falta de sangue que provocou o adiamento de quatro cirurgias programadas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, no início do julho, que entretanto já foram realizadas. Desde então a situação tem estado mais estável porque as pessoas têm reagido aos apelos para as dádivas, diz o diretor do serviço de sangue da ULS de Santa Maria, Álvaro Beleza, admitindo também que “a grande atividade cirúrgica para reduzir listas de espera” faz aumentar as necessidades dos serviços.

O IPST salienta que a gestão das reservas “transcende as regiões geográficas”. Apesar de a zona da Grande Lisboa ser mais afetada, é habitual os Centros de Sangue e Transplantação de Porto e Coimbra, onde as dádivas costumam acontecer em maior número, disponibilizarem unidades de sangue, para que estes doentes possam ter os tratamentos que necessitam.