Os alarmes soaram há uma semana, quando a Reuters avançou que o aspartame – um dos adoçantes artificiais mais utilizados globalmente – vai ser declarado como “possivelmente cancerígeno” pela Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS). A decisão deverá ser anunciada ainda este mês.
Descoberto em 1965 pelo químico americano James Schlatter, o aspartame é um edulcorante, ou seja, uma substância que “mimetiza o gosto doce”, explica José Camolas, nutricionista do serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Hospital de Santa Maria, ao Expresso. “Como é o caso de outros adoçantes não energéticos, não calóricos, tem um poder adoçante muito superior ao da sacarose, do açúcar que usamos habitualmente.”
Ao longo dos últimos anos, este tipo de substâncias “tem-se tornado muito presente” numa diversidade de alimentos, que “habitualmente são doces”: desde refrigerantes, pastilhas elásticas, rebuçados, gelatinas ou bolachas – funcionando como substitutas do açúcar. “Dada a disponibilidade de novos resultados de investigação, o aspartame foi recomendado como altamente prioritário para avaliação”, justifica a OMS.