O padre alemão Hans Zollner, conselheiro do Papa Francisco, anunciou esta quarta-feira a sua demissão da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, criada pelo Vaticano em 2014 para dar resposta aos casos de abusos sexuais na Igreja, refere a agência Ecclesia.
O padre jesuíta confirmou a decisão de abandonar o cargo numa mensagem partilhada no Twitter, onde refere que “tem havido uma falta de clareza em relação ao processo de seleção de membros e funcionários, e suas respectivas funções e responsabilidades”.
O sacerdote deixa várias críticas, como a preocupação com a “responsabilidade financeira” da Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores, aliada à falta de “transparência” nas decisões.
“É fundamental que a comissão mostre claramente como os fundos são usados no seu trabalho”, defende o conselheiro do Papa Francisco no combate aos abusos sexuais de menores na Igreja.
O jesuíta era um dos membros fundadores desta comissão, dirigida pelo cardeal Seán O’Malley, que aceitou a demissão do padre alemão e expressa o “mais profundo agradecimento pelos seus muitos anos de serviço”, refere o portal de notícias do Vaticano.
No mesmo comunicado, Zollner diz que a sua demissão foi aceite pelo Vaticano no passado dia 14 de março.
O padre alemão de 56 anos vai, contudo, dar continuidade ao seu trabalho nesta área, continuando a integrar o Serviço para a Proteção de Menores e das Pessoas Vulneráveis da Diocese de Roma.
Hans Zollner também irá manter-se como dirigente do Instituto de Antropologia, além de continuar a dedicar-se, na Universidade Pontifícia Gregoriana, aos estudos interdisciplinares sobre a dignidade humana e sobre o cuidado de pessoas vulneráveis.
A notícia da demissão de Hans Zollner surge no mesmo dia em que o Padre Francisco foi transportado para o hospital Gemeli, em Roma, para realizar uma bateria de exames médicos agendados previamente.