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Migrações

“Não há uma crise migratória, mas política” entre os que “derramam lágrimas de crocodilo” e os “apocalípticos” da extrema-direita e do clima

O sociólogo neerlandês Hein de Haas ataca a visão “simplista e polarizadora” que atravessa todo o espetro político. “A migração não é problema a ser resolvido nem solução para problemas” como o envelhecimento, sublinha, em entrevista ao Expresso. Para o professor de Migração e Desenvolvimento, “estamos a criar uma nova subclasse” de migrantes explorados, o que representa o “pasto ideal” para um crescimento ainda mais acentuado da extrema-direita nos próximos anos. Também não poupa os “alarmistas da migração climática”, que afirma terem um traço comum com a extrema-direita: “uma mentalidade apocalíptica”

Hein de Haas
Pedro Pina

Nascido em 1969 nos Países Baixos, Hein de Haas é professor de Sociologia na Universidade de Amesterdão e de Migração e Desenvolvimento na Universidade de Maastricht. Está em Portugal para apresentar o livro “Como Funciona Realmente a Migração: um guia factual sobre a questão que mais divide a política” (Temas e Debates). Nele, tenta desmontar um total de 22 mitos, como “a migração atingiu o ponto mais alto de todos os tempos”, “o mundo está a enfrentar uma crise de refugiados” ou “a imigração melhora a vida de todos”.

A entrevista ao Expresso foi concedida num hotel lisboeta na véspera da iniciativa “Hein de Haas ao vivo: Migrações não é assim tão simples”, promovida pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.