Lisboa das sete colinas também é a cidade dos sete arcos. Em junho anda tudo de “arquinho e balão”, mas noutros recantos vivem fixos um septeto de arcos com toponímia na cidade. Em zonas altas, o Arco do Evaristo no Príncipe Real, e o Arco Grande de Cima, junto à Igreja de São Vicente de Fora. Depois surgem cinco, numa sequência quase frontal ao rio entre a rua dos Bacalhoeiros, passando na rua da Alfândega e chegando ao largo Terreiro do Trigo, encontramos nesta passeata o Arco Escuro, o Arco das Portas do Mar, o Arco Conceição, o Arco de Jesus, e o Arco Rosário — que atualmente é meio arco (!?).
A capital tem ainda outros lugares com passagens em túnel, mas em que palavra ‘arco’ não figura enquanto morada, sendo classificados como becos, escadinhas (ou ruas estreitinhas…) como se canta na Marcha de Alfama. Ora, uma das entradas seculares no bairro de reminiscências árabes é precisamente pelo Arco das Portas do Mar, ao lado da Casa dos Bicos — atual Fundação José Saramago — uma passagem integrada na Cerca Moura do séc. XII, quando as águas do Tejo vinham erodir os degraus de pedra do velho cais que ali havia, então às portas da cidade, e cujos vestígios estão parcialmente visíveis no estacionamento coberto do Campo das Cebolas.